segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ficha 1 Artropodes‏

1- Quais os principais grupos de animais reunidos no filo Arthropoda?

Pertencem ao filo Artrópoda: borboletas, moscas, aranhas, caranguejos, escorpiões, centopéias, libélulas, besouros, tatu-bola e milhares de outros animais, distribuídos pelas 5 subdivisões existentes.

2- O que é metameria?

Myzostomidae: é uma família de anelídeos que apresenta as seguintes características:

* Possuem 5 pares de parapódios

* Posuem cerdas em forma de gancho, para fixação

* Possuem tentáculos e cirros laterais

* Possuem 2 aberturas: a boca que é ventral, e o ânus que é terminal

* São marinhos

* São metamerizados (segmentação tanto externa quanto internamente)

* São ecto/endoparasitas em crinóides (equinodermos), que utilizam como substrato.

* São seres filtradores, que alimentam de zooplâncton.

* Não possuem divisões no corpo

* Simetria bilateral

* Corpo achatado dorsoventralmente

* Possuem órgãos laterais quimioreceptores

* Possuem órgãos adesivos

* Digestão: boca -> faringe protátil (sem mandíbula e dentes) -> estômago (contém cecos e poro cloacal = ânus + orifício do oviduto + nefrídias). Tubo digestivo não é afetado pela metameria

* Podem ser hermafroditas masculinos (quando jovens), hermafroditas (fase intermediária da vida) e femininos (na fase final da vida)

* Reprodução sexuada

* Presença de pênis que pode ejetar os espermatozóides na água ou então ejetar eles dentro de um canudo que é produzido internamente e então ejetar todo o canudo

* A fecundação pode-se ter de 2 formas: espermióforo (formado na vesícula seminal) ou dentro do oviduto ovos -> água -> larva trocófora (desenvolvimento não é direto)

3- Quais são as partes basicas do corpo de um artropodo?

4- Qual a característica que motivou a utilização do termo "artropode"?


5- Explique brevemente em que consiste o exoesqueleto dos artrópodes e quais são suas funções.

Exoesqueleto

A cutícula de revestimento desses animais é formada por proteína e quitina, que é um polissacarídeo nitrogenado (C8H18O5N) insolúvel na água, álcool, alcalis, ácidos diluídos, ou pelos sucos digestivos de outros animais.

Como o esqueleto é bastante rígido, necessariamente limita o tamanho desses animais. São necessárias mudas ou ecdises periódicas para permitir o aumento de tamanho. A maioria dos artrópodes passa por 4 a 7 mudas até atingir o estágio adulto. A pele abandonada recebe o nome de exúvia.

Características gerais

Exoesqueleto

Embora os artrópodes ainda guardem muitas características observadas nos anelídeos, eles sofreram profundas modificações no curso de sua evolução. A mais notável é o exoesqueleto quitinoso, que aparece cobrindo o corpo todo. O movimento só é possível graças a divisão da cutícula em placas separadas. Basicamente a cutícula de cada segmento está dividida em quatro placas primárias: um tergo dorsal, duas pleuras laterais e um esterno ventral. Esse padrão desapareceu em muitos casos, seja por fusão secundária, seja por subdivisão.

O esqueleto cuticular dos apêndices, assim como do corpo, encontra-se dividido em segmentos tubulares, unidos entre si por membranas articulares, criando desse modo, uma articulação em cada ponto de união. Assim, os movimentos dos segmentos dos apêndices e do corpo são possíveis graças à essas articulações (dessa característica deriva o nome do Filo Arthropoda: pés articulados).

Em alguns artrópodes, o desenvolvimento adicional de côndilos e alvéolos articulares lembra as estruturas esqueléticas dos vertebrados.


Houve também o desenvolvimento do que é chamado, às vezes, de endoesqueleto. Este constitui-se de uma dobra, para dentro, da procutícula, que produz projeções internas, ou apódemas, onde os músculos se inserem; ou podem envolver esclerotização do tecido interno, formando placas livres para a fixação dos músculos dentro do corpo.

Nos artrópodes, o esqueleto é secretado pela camada subjacente de células epiteliais tegumentares, conhecida como hipoderme. É composto por uma delgada epicutícula externa e por uma procutícula muito mais espessa. A epicutícula é composta de proteínas e, em muitos casos, de cera. A procutícula consta de uma exocutícula externa (curtida) e de uma endocutícula interna, ambas compostas por quitina e proteínas ligadas para formar uma glicoproteína complexa (figura 58). Nas articulações a exocutícula está ausente, assim como ao longo das linhas pelas quais o esqueleto se abrirá durante a muda. Em muitos artrópodes, a procutícula está também impregnada de sais minerais. É o que acontece nos crustáceos, nos quais ocorre uma deposição de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio na procutícula. Quando o exoesqueleto não possui epicutícula cerosa e é delgado, constitui um revestimento bastante permeável a água e gases. Geralmente a cutícula apresenta finos canais que servem para passagem de secreções das células glandulares subjacentes.

A cutícula dos artrópodes não se restringe a superfície do corpo. Observa-se em partes do intestino; tubos traqueais (respiratórios) dos insetos, quilópodos e diplópodos e alguns aracnídeos; pulmões foliáceos dos escorpiões e aranhas; e partes do sistema reprodutor de alguns grupos. Todos esses revestimentos cuticulares internos são também substituídos na época da muda. A deposição de pigmentos de melanina castanha, amarela, alaranjada e vermelha no interior da cutícula confere a corresultante dos artrópodes na maioria das vezes. Cores púrpura ou verde iridescente, entretanto, devem-se a finas estriações da epicutícula que, ao refratarem a luz dão o aspecto colorido.

Apesar das vantagens locomotoras e de suporte de um esqueleto externo, ele apresenta alguns problemas ao animal em crescimento. Isso se resolveu com o desprendimento periódico do esqueleto, processo chamado de muda ou ecdise, sendo o esqueleto abandonado chamado de exúvia. Antes que o esqueleto velho seja desprendido, a camada epidérmica (hipoderme) se desprende do esqueleto e secreta nova epicutícula. A hipoderme secreta enzimas (quitinases e proteases) que passam através da nova epicutícula e vão atacar a endocutícula velha.

As inserções musculares e as conexões nervosas não são afetadas. Após a digestão da endocutícula, a epiderme secreta uma nova procutícula. Nesse instante o animal está alojado dentro de dois esqueletos, um velho e outro novo. O velho se rompe, ao longo de linhas predeterminadas, e o animal abandona o exoesqueleto antigo. O novo esqueleto, imediatamente após a muda, é mole e maleável e isso permite que se adapte ao tamanho aumentado do animal. Algum estiramento é produzido pela pressão (resultante do crescimento dos tecidos durante a intermuda), mas é facilitado também pela absorção de água pelo animal. O curtimento da proteína e o estiramento resultam no endurecimento da cutícula. A superfície final da epicutícula é freqüentemente formada por uma camada de cimento.

Os estágios entre as mudas são conhecidos como instars e a duração dos instars se torna maior a medida que o animal envelhece. Alguns artrópodes, como as lagostas e a maioria dos caranguejos, continuam sofrendo mudas durante toda a vida. Outros artrópodes, tais como os insetos e as aranhas, têm um número mais ou menos fixo de instars, alcançando o último com a maturidade sexual.

Apesar do animal ser maior e mais pesado após a ecdise, o crescimento é contínuo, como na maioria dos animais. Proteínas e outros compostos orgânicos são sintetizados durante o período de intermuda, repondo fluídos absorvidos após a ecdise.

A muda é um processo sob controle hormonal, mais especificamente pela ecdisona, que é levada pela corrente sangüínea e atua diretamente nas células epidérmicas.

Movimento e musculatura

O movimento se restringe a flexão das placas ou cilindros da cutícula e há uma mudança na natureza da musculatura corporal. Os músculos estão fixados à superfície interna da procutícula por meio de fibrilas derivadas de células especializadas. A flexão e extensão entre as placas são efetuadas pela contração destes músculos, que atuam junto com a cutícula como uma alavanca. A extensão, total ou parcial, especialmente dos apêndices, ocorre por aumento da pressão sangüínea.

O principal meio de locomoção utilizado pelos artrópodes são os apêndices articulados, que atuam como nadadeiras nas espécies aquáticas ou como pernas nos grupos terrestres.

Celoma e sistema circulatório

O celoma metamérico sofreu uma drástica redução nos artrópodes (quando compararmos com os anelídeos) e é representado apenas pela cavidade das gônadas e, em certos organismos, pelos órgãos excretores. Os demais espaços do corpo não constituem um verdadeiro celoma, mas um hemocelo (espaços nos tecidos cheios de sangue).

O sistema vascular sangüíneo é aberto nos artrópodes com um coração dorsal que varia de posição segundo a espécie. Uma vez no coração o sangue é bombeado aos tecidos do corpo por meio de vasos, chamados freqüentemente de artérias, para esvaziar-se coletivamente no hemocelo, banhando diretamente os tecidos. Depois o sangue retorna por várias vias ao seio pericárdico.

O sangue contém várias formas de amebócitos e pode ter a hemocianina como pigmento respiratório em alguns grupos ou, menos comumente, a hemoglobina.

Trato digestivo

O intestino possui grandes regiões diferenciadas, estomodeal e proctodeal. Os derivados dessas porções ectodérmicas estão revestidos de quitina e constituem os intestinos anterior e posterior. A região intermediária (derivada da endoderme) forma o intestino médio. A parte anterior está principalmente relacionada à ingestão, trituração e armazenamento do alimento; suas partes são modificadas para as funções segundo a dieta e o modo de alimentação. A produção de enzimas se da no intestino médio, juntamente com a digestão e absorção. Em alguns artrópodes há exceções, sendo que as enzimas passam para frente e a digestão tem início no intestino anterior. Saliências na superfície do intestino para aumentar a superfície são freqüentes. No intestino posterior ocorre a absorção de água e formação de fezes.

Cérebro

Nos artrópodes ocorre um alto grau de cefalização, sendo o tamanho do cérebro relacionado aos órgãos sensoriais bem desenvolvidos, tais como olhos e antenas. O cérebro consiste de três regiões principais: um protocérebro anterior, onde penetram os nervos dos olhos, um deutocérebro que recebe os nervos das antenas (primeiras antenas dos crustáceos) e contém seus centros de associação e, a terceira região do cérebro, o tritocérebro que origina os nervos que chegam ao labium (lábio inferior), trato digestivo, as quelíceras dos quelicerados e as segundas antenas dos crustáceos. É interessante notar que a ausência de antenas nos quelicerados (escorpiões, aranhas e ácaros) é acompanhada da ausência correspondente do deutocérebro nesses animais.



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